Quem sou eu

Minha foto
servidor público, advogado, radialista

domingo, 18 de maio de 2014

Artigo Jornal Tribuna 18.05.2014

Feira do Livro Cidadã 

A Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto mudou. Primeiro, em razão da Copa do Mundo, foi antecipada para o período de 16 a 25 de maio, porque a sua 14ª Edição altera a programação de grandes shows musicais e apresenta debates temáticos de extrema relevância. Com o Título “A história em suas mãos”, a proposta é que todos saiamos da confortável situação de expectadores para a comprometida atitude de protagonistas.
Nos livros, no teatro e na música, lemos, olhamos e ouvimos histórias reais ou de ficção produzidas por outrem. Agora, teremos a oportunidade de efetivamente colaborar na construção de uma nova sociedade, escrevendo uma bela página que certamente as gerações futuras reproduzirão em versos e prosa.
Nas edições anteriores, o desafio da feira era ampliar a venda de livros e formar uma geração de leitores. Depois, o incentivo aos escritores e vieram os shows musicais com artistas consagrados. A feira foi crescendo, buscou novos espaços, chegou aos Estúdios Kaiser, ao Parque Maurílio Biagi e agora ao Morro do São Bento.
Maior do que o crescimento físico e do número de visitantes, estimado em 600 mil pessoas, o novo formato certamente será um dos fatores mais relevantes. Durante as conferências, encontros, mesas e bate-papos com escritores locais e de destaque nacional e internacional, pesquisadores e líderes de movimentos sociais serão abordados temas do nosso cotidiano como o direito da criança e do adolescente, a situação da juventude, a atenção aos idosos, a inclusão e o desenvolvimento das políticas de igualdade racial, entre outros.
Os organizadores também elaboraram uma Carta Aberta onde destacam a luta pela aplicação dos direitos civis consagrados na legislação, mas distantes da vida do povo. Em uma época onde as pessoas desejam manifestar sua indignação e onde são realizados vários protestos, muitos deles com atitudes de violência que não coadunam com a causa, possuir um espaço de debate democrático e qualificado é algo fantástico.
Colocar o livro e a literatura diante dos novos direitos civis e dos novos sujeitos sociais do nosso país foi uma ótima sacada. Cabe agora a todos nós a participação e o apoderamento transformador.
Digna de registro a união de esforços dos organizadores do evento que conseguiram unificar entidades sociais, empresários, políticos, autoridades de todas esferas do executivo e do legislativo em torno da feira, experiência que deve ser imitada em outros setores.
A Feira do Livro 2014 será conhecida como a Feira Cidadã, ela não acabará no dia 25 e será sim, um marco e referência para outras cidades. A multiplicidade cultural gratuita e democrática que experimentaremos nesses dez dias é inspiradora e precisa ser levada a todos os cantos desse nosso país e quiçá do mundo.