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servidor público, advogado, radialista

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Paz! Que paz?




Hoje, 21 de setembro é o Dia Internacional da Paz. Poderia escrever belas palavras sobre o tema, porém, simplesmente não consigo. Falta inspiração e a dor toma conta do meu coração. Nesta segunda-feira perdemos uma amiga, uma irmã, uma filha. Samira Helena Oliveira Duarte Ortigoso. Jovem, pouco mais de 20 anos, concluindo o curso de educação física das Faculdades Claretianas de Batatais, estagiária da Secretaria Municipal de Esportes de Ribeirão Preto. Para os amigos era a Samira do Nelsinho. Seu pai colabora nas missas, na equipe de canto, projetando as letras das músicas no telão da Igreja Santa Luzia. Seu irmão foi coroinha durante muito tempo. Sonia, a madrasta, a tratava com tamanho amor que poucos sabiam que não era a mãe biológica. Ver Luciana, sua mãe aos prantos debruçada sobre seu caixão, foi uma cena impactante. Para alguns, imaginar o momento da agressão e morte chega a gerar revolta e vontade de vingança, sentimentos que não coadunam com nossa missão de Cristãos. A última vez que vi nossa comunidade derramando tantas lágrimas, foi na morte do Padre Fernando Roncarati, naquele lamentável acidente de trânsito.
Na edição do Jornal Tribuna do dia 16 de Julho 2010, publiquei um artigo com o título “Até que a morte nos separe” onde já fazia uma reflexão sobre a onda de violência que invade nossa sociedade, principalmente nossas famílias. Infelizmente a nossa Samira entra na lista que inclui Eloá Cristina, Eliza Samudio, Mércia Nakamura e muitas outras. O estudo "Mapa da Violência no Brasil 2010", aponta que entre 1997 e 2007, 41.532 mulheres morrem vítimas de homicídio - índice de 4,2 assassinatos por 100 mil habitantes. São cerca de 10 mulheres mortas por dia e a maioria dos crimes tem motivação passional.
Ainda, é difícil imaginar que uma garota tão doce teve uma morte tão cruel, estúpida e violenta.
Hoje tentamos blindar nossos filhos, colocá-los sob nossas asas, eliminar qualquer violência externa, mas lamentavelmente, a violência chegou aos nossos lares. Drogas, álcool, falta de amor.... Muitos são os fatores, o que não podemos é permanecer calados ou omissos.
Dentro da fé católica sabemos que Samira descansa e receberá do Pai o seu galardão. Para a sua família e a nós que seguimos nesta terra, resta clamar por consolo.
Mas não há como ficar resignado, o caso Samira exige justiça e atitudes concretas e eficientes da polícia e da justiça.