A Copa do mundo e os hinos nacionais
O esporte consegue reunir e integrar
culturas, tradições, religiões e povos diferentes. Em alguns casos serve para
aproximar países que no passado até foram inimigos. No futebol, a disputa nos
gramados, por vezes nos remete aos confrontos no campo de guerra. A diferença é
que não existe conquista de território ou dominação e escravização e o grande
prêmio em disputa atualmente é a Copa Fifa que, diferente da Taça Jules Rimet,
possui posse transitória.
Um dos momentos mais emocionantes da
Copa do Mundo é acompanhar a reação das pessoas durante a execução dos hinos
nacionais. Quando um canal de televisão passou a apresentar a tradução das
letras, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco da história e da tradição
dos países.
Os hinos nacionais registram momentos
históricos, buscam unificar e motivar seu povo. Muitos apesar de compostos após
a emancipação política, seguem a influência da música orquestrada dos colonizadores
europeus, outros têm a solenidade da marcha militar. Em termos de poesia e
ênfase das belezas naturais nenhum supera o brasileiro.
Muitos não se atentam à estrofe que
destaca que quem o adora não temem a própria morte para defendê-lo. Sentimento
totalmente diferente dos que cotidianamente manifestam-se envergonhados pelo
país e os que proclamam o desejo de deixá-lo.
É claro que a seleção de futebol não é
o país, tão pouco o governo. As seleções nas diversas modalidades desportivas,
no entanto, podem refletir as habilidades ou os investimentos que são feitos.
Também, servem de catalisadores do sentimento de nacionalidade, muitas vezes
adormecido.
Coletamos alguns trechos de hinos e
encontramos verdadeiras declarações de amor. Na República Islâmica do Irã
encontramos: “A tua mensagem, oh Iman, de independência e liberdade está
marcada nas nossas almas. Ó Mártires! O vosso clamor ecoa nos ouvidos do
tempo”. Já na Colômbia: “Ele parou a noite horrível! Liberdade sublime derrama
o amanhecer de sua luz invencível. A humanidade inteira, chorando nas suas
cadeias, entende as palavras do que morreu na cruz”. A Bósnia-Herzegovina:
“Deus deixou você ser salvo para as novas gerações, terra dos meus sonhos, meus
bisavôs”.
Muitos resgatam a história das lutas
como a Argélia: “Que seja escrito com o sangue dos mártires e lido pelas
gerações futuras. Oh, Glória, como resistimos com as nossas mãos por ti!”. O
juramento do Chile: “em teus altares jurou que ou serás tumba dos livres, ou o
asilo contra opressão”.
De forma semelhante ao nosso, o hino da
Austrália destaca: “somos jovens e livres, nós temos solo de ouro e riquezas a
labutar, nosso lar é cercado pelo mar, nossa terra é abundante em presentes da
natureza”.