Ensino de qualidade do pré à pós
As notícias sobre a educação no país são sempre polêmicas.
Se de um lado comemoramos indicadores como a ampliação de inscritos no Enem, da
oferta de vagas nas universidades e do número de pós-graduandos, de outro
observamos a penúria e precariedade em alguns estados e municípios.
Certamente o primeiro e maior investimento deve ser na formação, capacitação e
remuneração digna dos professores. Associado a isto observamos a necessidade de
proporcionar condições ideais de trabalho passando desde a segurança até a
disponibilização dos meios tecnológicos.
Os modelos de educação adotados pelo Brasil sempre privilegiaram o ensino
e não a pesquisa. As avaliações desenvolvidas por meio de castigo ou premiação
proporcionaram uma geração submissa e estática. No imaginário escolar era mais
importante “passar de ano” do que aprender. O momento atual exige uma educação
transformadora capaz de proporcionar cidadãos conscientes, livres,
empreendedores e, principalmente, comprometidos com o desenvolvimento da nação.
É o apoderamento da informação e do conhecimento.
O protagonismo que o país exerce no cenário nacional somente será mantido com
uma educação de qualidade da pré-escola até a pós-graduação. Para a construção
de uma escola crítica e justa a implementação das leis do ensino de sociologia,
filosofia e da cultura e tradição afro-brasileira exercem importante
papel. A implantação e valorização das organizações estudantis no âmbito
de todas as escolas, dos grêmios aos diretórios acadêmicos é outro objetivo
indispensável para a consolidação do novo perfil do estudante brasileiro.
Garantir a meta de investimento de 10%
do PIB na educação foi uma grande conquista, assegurar as condições de cumprimento
é o novo desafio. Outro ponto a ser enfrentado com serenidade é a distribuição
das universidades e cursos de forma a atender as necessidades regionais. Na
saúde, no direito, na engenharia e em outros setores estratégicos, observamos o
excesso de profissionais em determinados centros em detrimento à grande
carência em outros.
Nunca se preencheram tantas vagas nos
cursos de formação superior e a pós-graduação começa a apresentar grande expansão.
Diferente do que pregam os pessimistas de plantão, nossa produção
científica está em décimo terceiro lugar, embora continuemos precisando de mais
pesquisados, mestre e doutores que tenham o compromisso de sair dos muros da
academia e levar seus conhecimentos para os diversos setores da sociedade.
Se na pré-escola um dos maiores desafios
é ampliar o número de vagas, no ensino fundamental e médio temos que reduzir
drasticamente a evasão. Já na formação superior a urgência está na formação de
mais profissionais capacitados e a ampliação do exitoso ensino à distância para
atingir especialmente nos distantes rincões brasileiros.
Para tudo isso é fundamental a
mobilização social e política e a redução das diferenças drásticas de um país
onde escolas adotam um tablet por aluno, enquanto outras sequer possuem
cadeiras para acomodar seus alunos. Mas o tempo das lamúrias terminou, chegou a
hora de fazer a diferença. E a diferença está na educação de qualidade do bebê
ao doutor.