Vamos lutar até vencermos
A luta
por igualdade de direitos entre homens e mulheres é histórica.
Encontramos registros do ano de 1788 quando o político e filósofo
francês Condorcet reivindicava direitos de participação política,
emprego e educação para as mulheres. Em 1840 - Lucrécia Mott
lutava pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados
Unidos. Em 1859 surgia em São Petersburgo, na Rússia, um
movimento de luta pelos direitos das mulheres. Em 1862 as mulheres
puderam votar pela primeira vez na Suécia. Em 1865, Louise Otto,
criou a Associação Geral das Mulheres Alemãs. Em 1866, o
economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as
mulheres inglesas. Nos Estados Unidos surge em 1968 a Associação
Nacional para o Sufrágio das Mulheres. Na França, em 1870, as
mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina. Já o Japão
cria em 1874 a primeira escola normal para moças. Em 1878 é a vez
da Rússia criar uma Universidade Feminina. Em 1901 - o deputado
francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres. Digna
de registro as manifestações das mulheres russas por "Pão e
Paz", por melhores condições de vida, trabalho e contra a
entrada do seu país na Primeira Guerra Mundial. Certamente, o
grande marco da luta feminina ocorreu em 8 de março de 1857, quando
operárias de uma fábrica de tecidos, de Nova York, fizeram uma
enorme greve onde reivindicavam melhores condições de trabalho,
redução na carga diária para dez horas (elas cumpriam 16 horas de
trabalho diário) e igualdade de salários com os homens. O desfecho
foi trágico e cerca de 130 tecelãs morreram carbonizadas já que a
fábrica foi trancada e incendiada. Em 1910, em Copenhague, a
Internacional Socialista dirige a primeira conferência internacional
de mulheres, onde a alemã Clara Zetkin propõe a instituição de um
Dia Internacional da Mulher, celebrado em 19 de março de 1911, por
mais de um milhão de pessoas, na Alemanha, Áustria, Dinamarca, e
Suíça. No Brasil, embora sem muita pompa, celebramos no dia 24 de
fevereiro, os 82 anos do direito feminino ao voto, conquista
garantida pelo Código Eleitoral Provisório aprovado por Getúlio
Vargas. Foi um grande passo para que as mulheres fossem reconhecidas
como cidadãs com plenitude de direitos. Curiosamente, hoje temos uma
mulher na presidência da República, mas poucas senadoras e
deputadas. Temos governadoras, mas poucas deputadas estaduais.
Cidades como São Paulo e Ribeirão Preto já elegeram mulheres para
a chefia do executivo, mas as bancadas femininas nas câmaras
municipais são reduzidas. Em pleno século XXI as mulheres continuam
sendo agredidas, violentadas, exploradas e até traficadas. Na luta
das mulheres uma das fotos que foram eternizadas retrata uma
manifestação com cartazes onde estão escritas frases com pleitos e
palavras de ordem. Bem ao centro, ao lado de um homem de braços
cruzados, uma mulher de pequena estatura empunha uma placa onde se
lê: “we shall fight until we win”, que em bom português
significa: “vamos lutar até vencermos”. Na busca por uma
sociedade igualitária, as mulheres de todo o mundo são conclamadas
a continuar na luta, agora contando com o apoio de vários homens.
Vamos lutar até vencermos!