Está faltando humildade
Diariamente,
surgem especialistas, entendidos e teóricos que apresentam críticas contumazes
a tudo e a todos, indicam soluções infalíveis, teorias mirabolantes e fórmulas
mágicas. Em alguns casos possuem formação acadêmica para respaldar suas
manifestações, em outros a experiência acumulada lhes atribuem o título de
autodidatas. Para essas “sumidades”, o fim da fome e das desigualdades sociais,
a paz mundial são metas fáceis de serem alcançadas. Os problemas econômicos
também seriam superados com poucas medidas. A conquista da copa do mundo, o
aumento do PIB, a queda da inflação, a redução das filas da saúde, as melhorias
dos indicadores da educação, a eliminação dos buracos da cidade, o tratamento
integral do esgoto e a redução da falta de água, possuem remédios simples de
serem aplicados. Os experts estão sempre nos telejornais, nas revistas e nos
editoriais. A cada fato ou a cada medida adotada por quem está na liderança de
determinado setor, eles são convocados a comentar e raramente são generosos.
Uma coisa que sempre me intrigou foi o que ocorre quando o “sabe-tudo” tem uma
chance real de promover as mudanças que tanto alardeiam!
Veja
o exemplo dos comentaristas esportivos que ao aceitarem o convite para dirigir
equipes acabam tendo resultados pífios. E os críticos musicais que sequer
dominam um instrumento e conseguem cantar duas notas sem desafinar! Somam-se a
estes os especialistas econômicos que ao assumirem ministérios ou secretarias
apresentam planos bizarros. Sem esquecer os cientistas políticos que não
conseguem sequer vencer um pleito municipal e quando nomeados para cargos em
comissão fazem atuações decepcionantes. A massa crítica é muito importante e
pode colaborar de modo relevante para o desenvolvimento de uma sociedade, porém
quando utilizada apenas para interesses eleitoreiros ou econômicos é
extremamente prejudicial à coletividade. Entre o querer e o poder, entre o
falar e o fazer, existe um longo caminho a ser trilhado e para seguir em frente
é indispensável: a humildade. Característica marcante nos grandes e verdadeiros
líderes, parece um artigo raro no mercado onde a arrogância e a prepotência
estão entre os pratos do dia.