Uma Cidade Agradável
Arquitetos e urbanistas,
ambientalistas, políticos e vários segmentos profissionais têm adotado a
expressão “cidades sustentáveis” que conceitualmente são aquelas capazes de
desenvolver políticas públicas de promoção do meio ambiente em sintonia com a
natureza. Isto passa pela estruturação adequada das edificações, ruas, sistemas
de abastecimento de energia elétrica, água e gás.
A proposta é disponibilizar a
população equipamentos urbanos capazes de suprir as necessidades de transporte,
habitação, serviços públicos de qualidade, geração de emprego e renda.
Para se construir uma cidade
sustentável é preciso ousadia na elaboração de legislação e rigor no sistema de
fiscalização, eficientes para ordenar o parcelamento e uso do solo evitando
empreendimentos que comprometam a estrutura viária, a rede de esgoto e que
gerem poluição ambiental e sonora, além de degradação dos recursos naturais. O
uso adequado dos mananciais de água, a consciência na geração e descarte de
resíduos sólidos e a utilização de fontes de energia renováveis de energia são
itens fundamentais.
Circulando pelas ruas de nossa
cidade podemos observar que, infelizmente, estamos longe deste ideal de cidade.
E a primeira tentação é culpar os administradores que conduziram nossos
destinos até o momento. A falta de manutenção na malha viária, o mato alto, os
imóveis públicos deteriorados, o lixo, os galhos de árvores pelas calçadas, os
constantes vazamentos de água e o trânsito complicado não surgiram hoje, mas
precisam ser resolvidos hoje para que tenhamos um amanhã melhor. Então, podemos
afirmar que a culpa e a responsabilidade de mudar este quadro é do poder
público.
Ocorre que um olhar mais
atento nos revelará que grande parte dos problemas é causado exclusivamente
pelas posturas incorretas dos indivíduos. Quem não planta uma árvore ou poda a
sua árvore de modo indiscriminado está colaborando para piorar o efeito estuda.
Quem atira papéis e garrafas pela janela, não utiliza cestos de lixo, é
imprudente no trânsito e não exercita a cortesia nas relações cotidianas,
também é culpado e responsável pela atual situação.
Mas, assumir culpas ou
responsabilidades não faz parte de nossa cultura. É mais fácil culpar o outro.
Sim, o causador de todos os males é sempre o vizinho, o político, o calor, o
frio, a chuva, o destino, nunca nós mesmos.
Terminou o tempo de apenas
apontar culpados e responsáveis pelas mazelas. Chegou a hora de cada um assumir
a sua cota parte na nova missão de transformar a realidade urbana brasileira.
Exemplos positivos não faltam e todos iniciaram com boa formação educacional e
exercícios cotidianos de cidadania e lhaneza.
O individuo educado respeita
as regras de trânsito, joga lixo no lixo, cuida da sujeira de seus animais de
estimação, mantém seus terrenos limpos e cuidados, colabora com projetos
sociais, participa da vida política de sua comunidade e sabe quais seus
direitos e suas obrigações.
Neste novo tempo devemos
reduzir a energia gasta apontando o dedo pra utilizá-la no arregaçar das mangas
e mãos à obra. Há uma nova cidade a ser construída que para muitos é utópica,
mas que juntos podemos torná-la uma agradável realidade.